BLOCKCHAIN: UM PANORAMA SOBRE ESTA TECNOLOGIA E COMO ELA ESTÁ TRANSFORMANDO O MUNDO DOS NEGÓCIOS

BLOCKCHAIN: UM PANORAMA SOBRE ESTA TECNOLOGIA E COMO ELA ESTÁ TRANSFORMANDO O MUNDO DOS NEGÓCIOS

20 de julho de 2021

Introdução

A Blockchain é considerada uma das tecnologias mais disruptivas na esfera digital, desde o advento da Internet (senão, até mais disruptiva e transformadora que a Internet, como citam alguns especialistas), sendo sua aplicabilidade, em diversos segmentos, bastante expressiva ou com grande potencial de adoção.

Serviços financeiros (sistemas de pagamentos e outras funcionalidades), bancários e de investimentos – no Brasil, inclusive, foram os pioneiros a desenvolver a utilização da plataforma; educação; energias renováveis (solar, fotovoltaica e eólica); infraestrutura;  artes digitais e música (através de  NFTs – Non Fungible Tokens, tokens não fungíveis, isto é, que são insubstituíveis, pois contêm dados que os conferem uma identidade única); commodities agrícolas;  compra e venda de imóveis e veículos (englobando também os registros dos mesmos e toda a atividade notarial); alcançando até as políticas públicas (a fim de coibir, entre outras práticas ilícitas, a corrupção em pregões públicos e fraudes em processos eleitorais, já com testes realizados pelo TSE – Tribunal Superior Eleitoral), são alguns exemplos, os quais apoiam-se em recursos de transmissão de conteúdos, em smart contracts (contratos inteligentes, isto, termos digitais cujas transações são validadas automaticamente, assegurando maior confiabilidade e agilidade ao negócio), em projetos de aplicações da tecnologia por grandes empresas e startups e nos ICOs – Initial Coin Offering (oferta pública inicial de criptomoedas), cujo funcionamento é idêntico aos IPOs – Initial Public Offering e que são muito utilizados a fim de obter capital para o desenvolvimento de novas criptomoedas e tokens digitais para a Blockchain.

Com doze anos de existência, a plataforma possui múltiplas facetas, com amplas oportunidades a serem experenciadas, promovendo rupturas cada vez mais crescentes e combinadas à outras tecnologias disruptivas, entre elas, a AI - Inteligência Artificial, a IoT – Internet das Coisas, a Cloud Computing - computação nas nuvens e a CPS – Cyber Physical System (sistemas físicos cibernéticos, que podem ser aplicados em processos industriais, em tratamentos médicos e outras funções).

O que são as tecnologias disruptivas e por que a Blockchain é uma delas?

O termo disruptivo explica uma interrupção em um padrão já estabelecido e convencional, permitindo explorar inúmeras possibilidades em um novo mercado e em um novo conjunto de valores.

Quando falamos em tecnologia ou inovação disruptiva, significa dizer que haverá uma desestruturação significativa do mercado existente, com a destituição das principais empresas, produtos e parcerias intervenientes neste mercado, sendo que “uma inovação disruptiva ocorre quando a sua aplicação tem o poder de enfraquecer ou, eventualmente, de substituir indústrias, empresas ou produtos estabelecidos no mercado, através da proposta de padrões e esquemas novos de atuação, provocando o desarranjo dos esquemas de produção e regulatórios vigentes” (BAPTISTE; KELLER, 2016, p.130).

Nesse contexto, a Blockchain converge para o conceito de uma “inovação disruptiva com um vasto campo de aplicação e potencial capaz de redesenhar nossas interações nos negócios, políticas e sociedade em geral” (ATZORI, 2015, p.1), sendo que todas as assim consideradas, possuem em comum a capacidade de transformar e impactar por completo a forma como as transações são executadas e o status quo de nosso cotidiano, das relações e a interação com o ambiente físico e sensorial.

Blockchain, Bitcoin e as outras Criptomoedas

Apesar de com muita freqüência ser associada ao Bitcoin, a Blockchain, com bastante eficiência, não se limita à negociação deste ativo (e de outras criptomoedas), apesar de estarem intimamente ligadas.

Desenvolvida em um cenário de crise econômica precipitada pelo estouro da “bolha” do mercado imobiliário norte americano, juntamente com a criação da criptomoeda Bitcoin em 2008 (conforme o artigo acadêmico Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer, publicado por uma pessoa ou grupo sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto – ainda que a idéia inicial de um sistema eletrônico e anônimo de pagamentos tenha surgido em 1998, na publicação “Dinheiro B” de Wei Daí), o foco inicial da Blockchain era suportar as operações com o Bitcoin, o qual, por sua vez, surgiu para evitar o gasto duplo de valores e aumentar a confiança nas transações financeiras.

O Bitcoin foi oficializado em 2009 e naquele mesmo ano, obteve grande valorização (mesmo que a princípio fosse negociado em volumes significativos em mercados ilegais, chamado de darkweb), evento este que voltou a ocorrer entre 2011 e 2013, quando o preço da unidade de Bitcoin à época, saltou de 30 centavos de dólar para 31,50 dólares e em 2017, valorizou-se mais de 10.000%, chegando a atingir 40.000 reais em 2008. Quando Elon Musk - CEO da Tesla e da Spacefox, anunciou em Março deste ano que aceitaria a criptomoeda como forma de pagamento para seus produtos, houve uma valorização de 5% da mesma para em seguida sofrer forte desvalorização, comprovando que as criptomoedas tratam-se de ativos com os quais é possível obter lucratividade expressiva, mas em contrapartida, apurar perdas relevantes, devido à alta volatilidade deste mercado.

Embora o Bitcoin seja a criptomoeda mais famosa e uma das mais valorizadas, surgiram muitas outras. Criptomoedas nada mais são do que moedas digitais, as quais trafegam pela plataforma Blockchain e que são utilizadas para a realização de pagamentos em negociações comerciais na internet, somente existindo de forma virtual, ou seja, são verdadeiras, mas não físicas ou palpáveis.

As criptomoedas concorrentes ou alternativas ao Bitcoin são chamadas de Altcoins e abaixo citamos algumas das mais vigorosas ou expoentes:

§ Ethereum: a mais ávida rival do Bitcoin, a qual foi concebida pelo JP Morgan, Microsoft e Intel com o objetivo, à princípio, de programar smart contracts dentro da Blockchain, sendo que a sua performance foi tão eficiente, que a mesma  deixou de ser somente uma criptomoeda,  para tornar-se uma plataforma Blockchain..

§ Litecoin: fundada em 2011 por um ex-engenheiro da Google – Charles Lee, é uma das principais concorrentes ao Bitcoin, sendo que o seu diferencial é a velocidade com que gera um novo bloco, ou seja, quatro vezes mais rápido que as demais moedas digitais, o que equivale dizer que enquanto as transferências de valores da concorrentes levam dez minutos em média, com esta criptomoeda, atingem dois minutos e meio.

§ Ripple: criada em 2012, opera com liquidações financeiras globais a um menor custo, viabilizando pagamentos seguros e instantâneos junto aos bancos.

 

Os elementos e a evolução da Blockchain

A Blockchain possui cinco elementos que a caracterizam:

§ Distribuição: Os participantes da Blockchain podem estar geograficamente localizados em qualquer parte do mundo, desde que estejam conectados a uma rede com um computador de elevada potência, chamado de “nó”, sendo que a cada nova mensagem, a mesma é divulgada entre todos os nós da rede denominada Peer to Peer – P2P (ponto a ponto) a qual integra arquivos, tarefas, processos entre estes mesmos participantes (pares) que são aqueles que atuam na rede em iguais condições, com os mesmos privilégios de acesso, às mesmas informações.

§ Criptografia: O termo criptografia surgiu da junção de duas palavras de origem grega “kryptós” e “gráphein”, as quais significam, respectivamente, “oculto” e “escrever”, sendo que quando os dados são criptografados, é aplicado um algoritmo para codificar a informação, sendo o conteúdo original substituído, a fim de que somente o emissor e o receptor consigam decodificá-la, constituindo-se a criptografia em um importante aparato de segurança. Desta forma, para que a Blockchain registre as transações de forma segura e também anônima, haja vista que os participantes possuem pseudônimos, utiliza chaves públicas e também privadas.

§ Imutabilidade: Os registros das transações não podem ser corrompidos ou alterados, a menos que todos os participantes concordem sobre a necessidade de modificação, mas ainda assim há restrições sistêmicas, sendo que ao completarem cada transação, esta é assinada de forma criptográfica, com a data digitalmente carimbada.

§ Tokens (“tokenização”):  Os tokens carregam os valores das transações (assim como ativos financeiros e digitais), permitindo que as mesmas, assim como quaisquer outros tipos de interação, sejam efetivadas de forma segura.

 

§ Descentralização: Significa que as operações, informações e dados movimentados na Blockchain são independentes a qualquer tipo de atuação ou legislação por parte de entidades governamentais ou institucionais.

 

Quanto à evolução da Blockchain, o estudo Gartner Blockchain Spectrum (GARTNER, 2019) aponta quatro fases distintas:

Fase 1: Habilitação da Blockchain (Internet da Informação)

Esta primeira fase  forneceu a base de construção sobre a qual futuras soluções de Blockchain foram e estão sendo criadas, fazendo uso, por exemplo, de rede peer to peer – P2P, gerenciamento de sistemas de distribuição de dados e sistemas de mensagens. Perdurou até em torno de 2010.

 

Fase 2: Soluções inspiradas na Blockchain (Internet de Conteúdo)

Alicerçada em três dos cinco elementos descritos – Distribuição, Criptografia e Imutabilidade, sendo que o período de 2012 até o início de 2020 a caracterizam, utilizando práticas experimentais e não totalmente implementadas, com o foco de criar maior eficiência e simplificação dos processos existentes.

Fase 3: Soluções completas da Blockchain (Internet de Valor)

As soluções apresentadas são geradoras e agregadoras de valor, sendo que as  startups  são as mais focadas neste nível de maturidade, havendo previsões  que esta fase ganhe ainda mais espaço por volta de 2023, avançando até 2030. Utilizando todos os cinco elementos – Distribuição, Criptografia, Imutabilidade, Tokens (“tokenização”) e Descentralização, fornecerá soluções completas para novos modelos de negócios, através de contratos inteligentes.

Fase 4: Soluções aprimoradas da Blockain:

A partir de 2030, a 4ª. Fase irá combinar de forma mais expansiva, soluções completas da Blockchain, com tecnologias complementares tais como a Inteligência Artificial, a Internet das Coisas e soluções com identidades descentralizadas e autônomas.

Ainda e em complemento acerca da evolução da Blockchain, comentamos os três estágios categorizados para a plataforma, conforme indicado por SWAN (2015):

Blockchain 1.0: Refere-se à Moeda – uma introdução das criptomoedas nas aplicações relacionadas a fundos, transferências e remessas de recursos e sistemas digitais de pagamentos.

Blockchain 2.0: Refere-se à Contratos – todas as aplicações financeiras, econômicas e de mercado, utilizando a Blockchain, as quais são mais amplas que somente transações de valores: envolvem ações, contratos de opções futuras, garantias, empréstimos, hipotecas, títulos, direitos de propriedade e contratos inteligentes.

Blockchain 3.0: Aplicações além da Moeda: finanças e mercados, particularmente nos setores governamentais, incluindo saúde, ciências, educação, cultura e artes.

Fonte: SWAN, M. (2015). Blockchain: Blueprint for a new economy. California: O’Reilly.

Desvendando a Blockchain e seus fundamentos

A Blockchain, isto é, cadeia de blocos em uma tradução literal, é uma rede que funciona com blocos, como o próprio nome já diz, que se ligam uns aos outros de forma linear e cronológica, como se fossem elos de dados, bastante seguros, os quais sempre carregam um conteúdo junto à uma impressão digital. Nesta cadeia, um bloco posterior vai conter a impressão digital do anterior, mais seu próprio conteúdo e, com essas duas informações, confere uma nova impressão digital ao bloco (e assim sucessivamente), através de uma complexa codificação alfanumérica (criptografada) denominada de hash.

As informações criptografadas dos blocos são registradas em um ledger, uma espécie de livro razão (contábil), de forma irreversível, ou seja, depois de escritas, elas não mais podem ser apagadas e quanto mais antigo o bloco, mais sistemicamente improvável de reverter os registros (mesmo havendo consenso de todos os participantes da rede).

As transações são registradas na Blockchain pelos mineradores, os quais devem, previamente ao registro, resolver intrincadas equações matemáticas contidas nas hashs, através de seus computadores de alta capacidade, validando efetivamente a autenticidade das operações realizadas na plataforma, sendo que o participante da rede que alcançar a solução, recebe uma remuneração, que nada mais é do que a emissão de novas unidades da criptomoeda transacionada, processo este chamado de mineração. Cabe salientar que os outros participantes da rede também conseguem confirmar se o resultado está correto.

Alex Braz - CTO da Star Labs, comentou na plataforma WEB.br que “este fluxo é comparável ao jogo de puzzle Sudoku, ou seja, é difícil resolver o problema, mas é fácil de verificar se ele está resolvido”.

E é por este mecanismo que a Blockchain reúne de forma competente, importantes fundamentos que se traduzem de fato em vantagens, sendo reconhecida como um elemento transformador da forma como os negócios são concretizados, a saber:

§ Segurança e Confiabilidade

Pela sua lógica e operacionalização complexas (inclusive com o uso da criptografia) que conferem precisão às informações, pela descentralização impedindo a interferência de terceiros e pela imutabilidade quanto aos registros concluídos no livro-razão, é considerada uma tecnologia crível e segura.

§ Transparência e Proteção à Privacidade

As transações registradas na Blockchain possuem caráter público (com exceção de operações financeiras em bancos e empresas, que podem se utilizar de uma Blockchain privada) e estão acessíveis a qualquer pessoa, porém garantem o anonimato dos participantes da rede, ou seja, sabe-se quando é inserida uma nova informação ou operação na plataforma, porém não se sabe quem é(são) o(s) responsável(is) ou envolvido(s) na negociação. Neste cenário, a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados de no.13.709, de 14 de agosto de 2018, vem ao encontro da Blockchain (ao menos em parte), regulando os princípios e normas de preservação do sigilo de pessoas, empresas, informações e operações.

 

§ Simplificação, Rastreabilidade e Economia na cadeia de certificações

Como a Blockchain elimina intermediários nas transações e nas validações de processos, tais como cartórios, despachantes e departamentos públicos, especialmente em países muito sujeitos à forte burocracia e taxações como o Brasil, absolutamente tudo que necessita ser certificado, catalogado e rastreado, pode ser absorvido pela Blockchain: registro de imóveis e veículos, carteiras de identidade, passaportes, certidões de casamento, apólices de seguros, diplomas e históricos escolares, prontuários médicos, certificados de autenticidade de obras de arte e patentes, estão entre os documentos beneficiados pela tecnologia, resultando por consequência, em redução de custos.

 

Utilizando a Blockchain no Agronegócio: Soja

Considerando o espectro de possibilidades da Blockchain, segmentos como o Agronegócio passaram a contar com a plataforma, a qual abrange desde a produção agrícola, passando pela comercialização e procedimentos financeiros através dos contratos inteligentes, até a logística dos produtos.

O agronegócio brasileiro responde por mais de 20% do PIB, sendo responsável também por 10% das exportações agrícolas mundiais e metade das nossas exportações, gerando na cadeia produtiva, investimentos, inovação e empregos, pois desdobra sua produção em diferentes matérias primas que se destinam a outros setores da economia e desta forma, encontrou nesta tecnologia uma forte aliada, englobando a otimização das técnicas agrícolas e dos processos comerciais, financeiros, operacionais e administrativos do segmento.

Trazemos nosso enfoque para a commodity soja, a qual vem explorando amplamente os recursos da Blockchain, em atividades como a inspeção de qualidade dos grãos produzidos, o controle de resultados das safras e de pragas reduzindo perdas, o monitoramento das cargas embarcadas e transportadas, inclusive com rastreabilidade , no caso do frete rodoviário, acerca do caminhão e motorista e, a emissão da Nota Fiscal até a entrega dos produtos aos distribuidores e grandes redes – atacadistas e varejistas. Este acompanhamento completo fica registrado na Blockchain e reduz o risco de adulteração da produção, de roubo das mercadorias e de outras implicações, garantindo a efetividade de toda a cadeia.

Os números do setor justificam a adoção da plataforma:  o Brasil é o maior produtor (125 milhões de toneladas foram produzidas na última safra de 2020 e de forma sustentável, com a preservação de 66% de mata nativa) e exportador de soja do mundo  - segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), as exportações brasileiras de soja em grão, em 2020, totalizaram 82,978 milhões de toneladas, sendo este volume 12,0% maior que os 74,063 milhões de toneladas enviadas ao exterior em 2019. A China continua como a maior compradora de soja do Brasil e importou no ano passado, 60,601 milhões de toneladas do grão.

A Covantis, plataforma brasileira que utiliza a Blockchain Ethereum para controlar a cadeia produtiva e de fornecimento de soja, já alcançou entre Fevereiro e Março deste ano, a cifra de 25 milhões de toneladas de negociações da commodity, apoiando importantes acordos na média de 40% da totalidade das exportações brasileiras de soja.

Grandes corporações como a Bunge, Cargill, Cofco, Louis Dreyfus e Viterra integram e estão impulsionando a expansão da Covantis, sendo o grupo completo de empresas que utilizam a plataforma, respondente por 75% das exportações de soja e também de milho.

A Covantis almeja consolidar toda a exportação brasileira de soja em sua Blockchain.

Conclusão – Desafios e Perspectivas para a Blockchain

A Blockchain ainda tem um longo caminho a trilhar para atingir todo o seu potencial nas atividades empresariais.

Nesta perspectiva, uma maior aderência à tecnologia nas organizações, depende fundamentalmente de infraestrutura digital compatível, assim como de políticas de governança, compliance e cooperação adequadas aos aspectos financeiros, tributários e contábeis, devidamente estabelecidas e efetivamente aplicadas.

Regulamentações mais específicas e assertivas para a plataforma também precisam ser desenvolvidas, suportando um possível crescimento de diferentes modelos de negócios apoiados na mesma, o que exigirá um maior alinhamento também no que tange à preservação da privacidade dos dados das empresas e dos atores que operam na Blockchain.

Outro aspecto a ser observado é que como a rede da Blockchain exige computadores ultra potentes, alguns críticos defendem que em mais alguns anos, a tecnologia sofrerá uma redução em sua capacidade, não sendo possível manter o uso da plataforma em larga escala.

A Blockchain será combinada, cada vez mais, à Inteligência Artificial e à Internet das Coisas, a fim de eliminar as inserções manuais e fortalecer os códigos e a lógica da primeira, conferindo maior confiabilidade aos dados trafegados pela rede, haja vista que com o volume e velocidade cada vez maiores das transações, poderão surgir divergências nas validações, causadas por erro humano ou intencionalmente (fraudes e lavagem de dinheiro).

As moedas virtuais regulamentadas pelo Banco Central terão ainda maior respaldo dos mercados de capitais, os quais se beneficiam das negociações, trocas e custódia dos ativos digitais, em termos de eficiência, segurança e produtividade.

 

Referências:

ATZORI, Marcella. Blockchain technology and decentralized governance: Is the state still necessary? New York: Social Science Research Network, 2015.

NAKAMOTO, Satoshi. Bitcoin: A peer-to-peer electronic cash system, 2008. Disponível em: http://bitcoin.org/bitcoin.pdf.

SWAN, Melanie. Blockchain: Blueprint for a new economy. California: O’Reilly, 2015

ACCENTURE. Tracing the supply chain – How blockchain can enable traceability in the food industry, 2018. Disponível em: www.accenture.com

CHAGAS, Edgar Thiago de Oliveira. Blockchain: a revolução tecnológica e impactos para a economia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 03, Vol. 07, pp. 110-144. Março de 2019. ISSN: 2448-0959.

MOMO, Fernanda da Silva; SCHIAVI, Giovana Sordi; BEHR, Ariel; LUCENA, Percival. Business Model and Blockchain: What Can Change – Modelo de Negócios e Blockchain: O que pode mudar? Maringá: RAC, v.23, n. 2, art. 4, pp. 228-248, março/abril, 2019. Disponível em: http://rac.anpad.org.br

GARTNER. Hype Cycle, 2019. Disponível em: https://www.gartner.com/en

GARTNER. Hype Cycle, 2020. Disponível em: https://www.gartner.com/en

Autores

Rosana Machado – Gestora e Consultora de Tesouraria e Finanças Corporativas; especialista em Financiamentos, Câmbio e Comércio Exterior.

Luiz Mari – Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento e Qualidade para o mercado latino americano na empresa Prometeon Tire Group.

Rodrigo Tetti – Partner na Ready Assessoria e Gestão.

Mestrandos em Gestão de Negócios na FIA – Fundação Instituto de Administração.